No segundo episódio do ICCAD Talks, a apresentadora Dra. Francine Mattiello, cirurgiã do aparelho digestivo do ICCAD, recebeu a convidada Dra. Carolina Ribas, gastroenterologista e endoscopista digestiva. As médicas, colegas desde a residência no Hospital Conceição (Porto Alegre), discutem trajetórias profissionais e como a integração entre gastroclínicos, endoscopistas e cirurgiões resulta em cuidados mais seguros e personalizados.
A trajetória da convidada
Formada pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Dra. Carolina concluiu Residência em Clínica Médica na PUCRS e Gastroenterologia no Hospital Conceição. Posteriormente, especializou-se em Endoscopia Digestiva no Hospital Universitário da UFSC, centro credenciado pela SOBED, e consolidou sua atuação em Florianópolis.
Patologias que aproximam gastroenterologistas e cirurgiões
No episódio foram abordadas várias situações clínicas que exigem atuação conjunta:
- Pancreatite aguda biliar: após estabilização, a colecistectomia é importante para evitar recidiva.
- Coledocolitíase: CPRE seguida de colecistectomia evita novas obstruções.
- Hemorragia digestiva alta: manejo inicial endoscópico; cirurgia em casos refratários.
- Diverticulites: predominância de manejo clínico; cirurgia em complicações.
- Abdômen agudo perfurativo: indicação cirúrgica imediata.
Pancreatite necrotizante e timing cirúrgico
Cerca de 20% das pancreatites evoluem para necrose pancreática. Nesses casos, o momento da intervenção é crucial: a necrosectomia não deve ser precoce. A coordenação entre equipes evita condutas precipitadas e melhora o prognóstico.
Úlceras gástricas e duodenais: sinais de alarme
Dra. Carolina destacou sinais que exigem investigação imediata, como perda de peso involuntária, anemia, vômitos persistentes, dor epigástrica de início recente em idosos e sangramento digestivo. Úlceras gástricas exigem reavaliação endoscópica em 6–8 semanas com novas biópsias; úlceras duodenais raramente necessitam reavaliação de rotina.
Endoscopia terapêutica e impacto cirúrgico
O avanço tecnológico ampliou a capacidade terapêutica da endoscopia: técnicas como a dissecção endoscópica da submucosa (ESD) podem curar lesões superficiais sem necessidade de cirurgia maior. Por outro lado, se a lesão invade camadas mais profundas ou levanta suspeita de malignidade, é necessária uma intervenção mais abrangente, garantindo remoção adequada e segurança ao paciente.
O episódio também destacou casos em que a endoscopia foi utilizada intraoperatoriamente para localizar lesões e orientar margens de ressecção.
A percepção dos pacientes: gastro x cirurgião
Muitos pacientes ainda têm dúvida sobre qual especialista procurar. Em resumo:
- Gastroenterologista: diagnóstico e tratamento clínico.
- Endoscopista: diagnóstico e terapêutica endoscópica minimamente invasiva.
- Cirurgião Digestivo: manejo cirúrgico quando indicado.
Conclusão
O segundo episódio do ICCAD Talks reafirma o objetivo do projeto: fortalecer a comunicação entre especialidades e informar pacientes sobre doenças do aparelho digestivo. A conversa entre Dra. Francine Mattiello e Dra. Carolina Ribas evidenciou que a integração entre gastroenterologistas, endoscopistas e cirurgiões é essencial para melhores desfechos.
Assista ao episódio completo no canal do ICCAD no YouTube e acesse mais conteúdos em iccadsc.com.br.